O Que Causa Câncer de Próstata? Desvendando os Fatores de Risco

O câncer de próstata é um dos tipos de câncer mais comuns entre os homens, especialmente após certa idade. No Brasil, ele ocupa a segunda posição em incidência entre o público masculino, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Mas o que exatamente causa essa doença? A verdade é que não existe uma única causa definida, mas sim uma complexa interação de múltiplos fatores de risco que, juntos, podem aumentar a probabilidade de um homem desenvolver o tumor.
Compreender esses fatores é crucial para a conscientização, o diagnóstico precoce e, em alguns casos, para a adoção de medidas preventivas. Vamos desvendar os principais elementos que influenciam o surgimento do câncer de próstata.
Fatores de Risco Não Modificáveis
Idade
Este é, sem dúvida, o fator de risco mais significativo. O risco de desenvolver câncer de próstata aumenta drasticamente com o avanço da idade. Cerca de 75% dos casos em todo o mundo são diagnosticados em homens com 65 anos ou mais, e a incidência e mortalidade crescem significativamente após os 50 anos.
Histórico Familiar e Genética
Homens que têm um pai, irmão ou filho com histórico de câncer de próstata, especialmente se diagnosticado antes dos 60 anos, possuem um risco aumentado para a doença. Esse risco pode dobrar com um parente de primeiro grau afetado e aumentar ainda mais com múltiplos casos na família.
Cerca de 5% a 10% dos casos de câncer de próstata são considerados hereditários, ligados a mutações em genes específicos como BRCA1, BRCA2, HOXB13, ATM, CHEK2, TP53 e NBN. A presença dessas mutações não apenas eleva o risco, mas também pode indicar um surgimento mais precoce da doença.
Etnia
Homens de ascendência africana e caribenha, em particular, apresentam um risco significativamente maior de desenvolver câncer de próstata, inclusive formas mais agressivas da doença e maior mortalidade. As razões exatas para essa disparidade ainda estão sendo investigadas, mas fatores biomoleculares e as desigualdades no acesso à saúde podem contribuir.
Fatores de Risco Potencialmente Modificáveis e Outras Considerações
Dieta e Estilo de Vida
A alimentação desempenha um papel importante no risco de câncer de próstata. Dietas ricas em carne vermelha, gorduras saturadas, laticínios gordurosos e alimentos processados, com baixo consumo de frutas, vegetais e grãos integrais, podem aumentar o risco. Por outro lado, uma dieta rica em antioxidantes como licopeno (presente no tomate), ômega-3 (peixes) e sulforafano (vegetais crucíferos como brócolis e couve-flor) pode ser protetora.
Tabagismo e consumo excessivo de álcool também são fatores que aumentam o risco e podem influenciar negativamente o prognóstico e tratamento da doença.
Obesidade e Sedentarismo
O excesso de gordura corporal (obesidade) está associado a um risco elevado de desenvolver formas mais agressivas de câncer de próstata. Manter um peso saudável e praticar atividades físicas regularmente são medidas preventivas importantes que não só reduzem o risco de câncer de próstata, mas também de outras doenças crônicas.
Exposição a Certas Substâncias Químicas
Alguns estudos indicam que a exposição ocupacional a certas substâncias químicas pode aumentar o risco. Aminas aromáticas (encontradas em indústrias química, mecânica e de alumínio), arsênio (agrotóxicos), produtos de petróleo, fuligem, dioxinas e certos pesticidas (como o 2,4-D) têm sido associados ao desenvolvimento da doença.
Mitos e Fatos: Prostatite e Câncer de Próstata
É comum haver confusão entre prostatite (inflamação da próstata) e câncer de próstata. Embora ambas afetem a mesma glândula e possam apresentar sintomas urinários semelhantes, são condições distintas. A ciência atual indica que a prostatite, seja ela aguda ou crônica, geralmente não aumenta o risco de desenvolver câncer de próstata. No entanto, em alguns casos, doenças sexualmente transmissíveis que levam à inflamação podem ser um fator a ser considerado.
Conclusão
O câncer de próstata é uma doença multifatorial, ou seja, resulta da combinação de diversos elementos, genéticos e ambientais. Enquanto alguns fatores, como idade, histórico familiar e etnia, não podem ser alterados, muitos outros, relacionados ao estilo de vida, podem ser gerenciados para reduzir o risco.
A melhor estratégia é a conscientização e a detecção precoce. É fundamental que os homens, especialmente a partir dos 40-50 anos ou com fatores de risco adicionais, conversem com seus médicos urologistas sobre a importância dos exames regulares, como o toque retal e a dosagem do PSA, para um rastreamento eficaz. Adotar um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada, exercícios físicos e evitando o tabagismo e o excesso de álcool, pode não garantir a prevenção total, mas certamente contribui para a saúde geral e reduz a probabilidade de diversas doenças, incluindo o câncer de próstata.
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