O Que a Pílula do Dia Seguinte Pode Causar?

A pílula do dia seguinte (PDS) é um contraceptivo de emergência que gera muitas dúvidas e preocupações. Desenvolvida para ser utilizada após uma relação sexual desprotegida ou quando há falha do método contraceptivo regular, ela atua para evitar uma gravidez indesejada. No entanto, sua alta carga hormonal pode trazer uma série de efeitos no corpo. Vamos entender o que a pílula do dia seguinte pode causar e como ela funciona.
Como a Pílula do Dia Seguinte Funciona?
A PDS contém hormônios, geralmente levonorgestrel ou acetato de ulipristal, em doses elevadas. Sua ação principal é inibir ou atrasar a ovulação, ou seja, impedir a liberação do óvulo pelo ovário. Além disso, ela pode alterar o muco cervical, tornando-o mais espesso e dificultando a passagem dos espermatozoides, e modificar a mobilidade das tubas uterinas, o que dificulta o encontro entre espermatozoide e óvulo. É fundamental entender que a pílula age antes da fecundação. Ela não é abortiva, o que significa que não interrompe uma gravidez já estabelecida nem causa danos a um embrião em desenvolvimento.
Os Efeitos Colaterais Mais Comuns
Devido à alta dose hormonal, a pílula do dia seguinte pode causar uma série de efeitos colaterais temporários, que geralmente duram de 1 a 2 dias. Os mais frequentes incluem:
- Náuseas e Vômitos
- São muito comuns. Se ocorrer vômito em até 3 ou 4 horas após a ingestão da pílula, é recomendado tomar outra dose para garantir a eficácia do medicamento.
- Dor Abdominal e Cólicas
- Dores na região do abdômen inferior ou cólicas são relatadas por muitas mulheres.
- Sensibilidade nas Mamas
- As mamas podem ficar doloridas ou mais sensíveis ao toque.
- Dor de Cabeça e Tontura
- Esses sintomas são frequentemente reportados e geralmente leves.
- Cansaço Excessivo ou Fadiga
- Algumas mulheres podem sentir-se mais cansadas ou com fadiga após o uso.
Impacto no Ciclo Menstrual
Um dos efeitos mais notáveis da pílula do dia seguinte é a alteração temporária do ciclo menstrual. Isso pode se manifestar como:
- Atraso ou Adiantamento da Menstruação: É comum que a menstruação venha com um atraso de 5 a 7 dias, ou até mesmo se adiante.
- Sangramento Irregular: Pode ocorrer sangramento vaginal fora do período menstrual, geralmente leve e passageiro.
Caso o atraso menstrual seja superior a 7 dias, ou se a menstruação não vier, é recomendado realizar um teste de gravidez para confirmar a eficácia da pílula.
O Que a Pílula do Dia Seguinte NÃO Causa
É importante desmistificar algumas crenças sobre a PDS:
- Não é abortiva: Como mencionado, a pílula impede ou retarda a ovulação e a fecundação. Se a gravidez já ocorreu, ela não tem efeito.
- Não protege contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs): A PDS é apenas um método contraceptivo de emergência. Ela não oferece nenhuma proteção contra ISTs. O uso de preservativo é essencial para essa finalidade.
- Não causa infertilidade: O uso da pílula do dia seguinte, mesmo que ocasional, não causa infertilidade permanente.
Importantes Considerações sobre o Uso
A eficácia da pílula do dia seguinte diminui com o tempo. O ideal é tomá-la o mais rápido possível após a relação sexual desprotegida, preferencialmente nas primeiras 12 a 24 horas. Sua eficácia pode chegar a 95% nas primeiras 24 horas, caindo para cerca de 58% após 72 horas. Ela não é 100% garantida, com uma taxa de falha de cerca de 1% a 5% em algumas situações.
Contraindicações:
- Mulheres que já estão grávidas não devem utilizá-la, pois não terá efeito e pode apresentar riscos.
- Pessoas com alergia aos componentes da fórmula.
- Histórico ou risco de trombose, distúrbios metabólicos ou insuficiência hepática grave são contraindicações.
- O uso de certos medicamentos (como barbitúricos, fenitoína, carbamazepina, rifampicina) pode alterar a eficácia da PDS.
A pílula do dia seguinte não deve ser usada como método contraceptivo de rotina. Seu uso frequente pode diminuir sua eficácia e aumentar a intensidade dos efeitos colaterais.
Quando Procurar Ajuda Médica?
Embora os efeitos colaterais sejam geralmente leves e passageiros, procure um médico ou farmacêutico se:
- Os efeitos colaterais forem graves ou persistirem por mais de 48 horas.
- A menstruação atrasar por mais de 7 dias após a data esperada.
- Ocorrer vômito ou diarreia em poucas horas após tomar a pílula, podendo ser necessária uma nova dose.
- Houver sangramento vaginal intenso ou dor abdominal forte.
Conclusão
A pílula do dia seguinte é uma ferramenta importante para a contracepção de emergência, oferecendo uma opção para prevenir a gravidez em situações de falha ou desproteção. No entanto, ela não deve ser encarada como um método contraceptivo de rotina. Seus efeitos colaterais, embora temporários, são um indicativo do impacto hormonal no corpo. Para uma contracepção segura e contínua, é fundamental consultar um ginecologista para discutir os métodos mais adequados às suas necessidades e estilo de vida.
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