Coração Acelerado: Entenda as Causas e Quando Procurar Ajuda Médica

Sentir o coração acelerado é uma experiência que pode gerar bastante preocupação. Conhecida tecnicamente como taquicardia ou palpitação, essa sensação de que o coração está batendo mais rápido, mais forte ou de forma irregular pode ser assustadora, seja em repouso, durante uma atividade ou mesmo em momentos de estresse. Mas o que realmente significa ter o coração acelerado e quando devemos nos preocupar?
O que Significa Coração Acelerado?
Normalmente, a frequência cardíaca de um adulto em repouso varia entre 60 e 100 batimentos por minuto (bpm). Quando o coração acelera e ultrapassa os 100 bpm em repouso, ou quando você percebe os batimentos de forma proeminente, estamos falando de coração acelerado ou palpitações. Essa percepção pode ser fisiológica (uma resposta normal do corpo) ou patológica (sinal de uma condição de saúde subjacente).
Causas Comuns e Benignas (Nem Sempre Motivo de Alarme)
Muitas vezes, o coração acelerado não é motivo para pânico, sendo uma resposta natural do organismo a diversos estímulos do dia a dia. É crucial aprender a diferenciar essas situações.
Estresse e Ansiedade
Situações de estresse, ansiedade e ataques de pânico ativam o sistema nervoso simpático, liberando hormônios como adrenalina, que naturalmente aceleram os batimentos cardíacos. Isso pode ser acompanhado de falta de ar e tontura.
Consumo de Cafeína, Álcool e Nicotina
Estimulantes como café, chás ricos em cafeína, energéticos, álcool e nicotina podem aumentar a frequência cardíaca e, em algumas pessoas, provocar palpitações.
Exercício Físico Intenso
É completamente normal que o coração acelere durante e após exercícios intensos, pois ele precisa bombear mais sangue para suprir os músculos com oxigênio e nutrientes.
Desidratação e Febre
A febre e a desidratação podem aumentar a demanda metabólica do corpo, fazendo com que o coração trabalhe mais rápido para manter a circulação adequada.
Alterações Hormonais
A gravidez, a menstruação e a menopausa podem causar flutuações hormonais que afetam o ritmo cardíaco, levando a palpitações. Também, condições como o hipertireoidismo (tireoide hiperativa) podem causar taquicardia.
Reações a Medicamentos
Alguns medicamentos, incluindo descongestionantes nasais, broncodilatadores para asma e remédios para tireoide, podem ter como efeito colateral o aumento da frequência cardíaca.
Quando o Coração Acelerado Pode Indicar Algo Mais Sério?
Embora muitas causas sejam benignas, é fundamental estar atento aos sinais que podem indicar um problema de saúde mais grave. Nestes casos, o coração acelerado pode ser um sintoma de condições que afetam diretamente o sistema cardiovascular ou outros órgãos.
Arritmias Cardíacas
As arritmias são distúrbios na atividade elétrica do coração, que podem causar batimentos irregulares, muito rápidos (taquiarritmias) ou muito lentos (bradiarritmias). Exemplos incluem a taquicardia sinusal (que pode ser uma resposta a outras condições), taquicardia atrial, taquicardia ventricular e fibrilação atrial. As taquicardias ventriculares, por exemplo, podem ser graves e, em casos extremos, levar a uma parada cardíaca.
Anemia
Quando há deficiência de glóbulos vermelhos ou hemoglobina, o coração precisa trabalhar mais para bombear o sangue e garantir que o corpo receba oxigênio suficiente, resultando em aceleração.
Hipertireoidismo
O excesso de hormônios tireoidianos pode acelerar o metabolismo e a frequência cardíaca, causando palpitações e outros sintomas como perda de peso e tremores.
Doenças Cardíacas Estruturais
Condições como insuficiência cardíaca, doença coronariana, problemas nas válvulas cardíacas ou defeitos congênitos podem comprometer a capacidade de bombeamento do coração, levando-o a acelerar para compensar.
Distúrbios Eletrolíticos
Desequilíbrios nos níveis de eletrólitos como potássio, sódio e cálcio podem afetar a condução elétrica do coração e causar arritmias.
Sintomas de Alerta: Quando Procurar um Médico Imediatamente?
É vital saber identificar os sinais de que o coração acelerado pode ser uma emergência médica. Não hesite em procurar um pronto-socorro imediatamente se as palpitações vierem acompanhadas de:
- Dor ou desconforto no peito, que pode se espalhar para o braço, pescoço ou mandíbula.
- Falta de ar ou dificuldade para respirar.
- Tontura, vertigem ou sensação de desmaio iminente.
- Desmaio (síncope).
- Fadiga ou cansaço extremo sem explicação aparente.
- Pulso muito rápido (acima de 150 bpm em repouso) e persistente ou irregular.
- Histórico familiar de morte súbita ou doença cardíaca precoce.
Se você sentir o coração acelerado muitas vezes, se demorar para passar, ou se surgir associado a qualquer um desses sintomas de alerta, procure um cardiologista para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado.
O Diagnóstico: Como o Médico Avalia?
Ao procurar um médico, ele fará uma avaliação completa, incluindo o histórico clínico e um exame físico. Para investigar a causa do coração acelerado, alguns exames podem ser solicitados:
- Eletrocardiograma (ECG): Registra a atividade elétrica do coração.
- Holter 24 horas: Monitora o ritmo cardíaco continuamente por um ou mais dias para detectar arritmias intermitentes.
- Ecocardiograma: Um ultrassom do coração que avalia sua estrutura e função de bombeamento.
- Testes de sangue: Para verificar anemia, problemas de tireoide, eletrólitos, entre outros.
- Teste ergométrico (teste de esforço): Avalia como o coração responde à atividade física.
Como Prevenir ou Gerenciar Episódios de Coração Acelerado?
Adotar hábitos saudáveis é a melhor forma de prevenir e controlar episódios de coração acelerado, especialmente aqueles de origem benigna:
- Reduza ou evite estimulantes: Diminua o consumo de cafeína, álcool e pare de fumar.
- Gerencie o estresse: Pratique técnicas de relaxamento como yoga, meditação ou exercícios de respiração profunda.
- Mantenha-se hidratado: Beba bastante água ao longo do dia.
- Durma bem: Tenha um sono regular e de qualidade.
- Faça exercícios físicos: Mantenha uma rotina de atividade física moderada, com acompanhamento profissional se tiver alguma condição de saúde.
- Alimentação saudável: Uma dieta equilibrada contribui para a saúde geral do coração.
Em momentos de palpitação, técnicas como respirar fundo, a manobra de Valsalva (prender a respiração, segurar o nariz e forçar a saída de ar) ou aplicar compressas de água fria no rosto e pescoço podem ajudar a controlar os batimentos. No entanto, essas são medidas paliativas e não substituem a avaliação médica.
Conclusão
O coração acelerado pode ter muitas causas, desde as mais inocentes até condições que exigem atenção médica urgente. É fundamental que você preste atenção aos sinais do seu corpo e, em caso de dúvida, ou se os sintomas forem frequentes, intensos, ou acompanhados de sinais de alerta, procure sempre um cardiologista. A automedicação e o autodiagnóstico podem ser perigosos. Somente um profissional de saúde pode investigar a fundo, realizar o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, garantindo a sua saúde e bem-estar cardiovascular.